O leite materno tem um papel fundamental no crescimento do bebê, isso porque até os seis meses de vida é o alimento principal da criança repleto de nutrientes e proteínas, responsáveis por nutrir, proteger e alimentar o bebê.
Mesmo depois da introdução alimentar a OMS recomenda continuar com a amamentação, mas, sabemos que a realidade e circunstâncias levam a outras decisões. Muitas mamães precisam iniciar o desmame o mais cedo possível por ter que voltar à rotina de trabalho.
Sabendo disso, hoje vamos falar de 05 dicas para iniciar o desmame sem traumas, amamentar é um momento de conexão entre mãe e filho e muitas vezes o desmame é doloroso e difícil para ambos.
Antes de falarmos sobre desmame vamos a um checklist de todas as coisas que devemos saber sobre a AMAMENTAÇÃO:
O processo de amamentar pode ser doloroso…
Algumas mamães são testemunhas do quanto amamentar pode ser doloroso, mas por que isso acontece? Essa dorzinha aparece quando o bebê não faz a pega corretamente, consequentemente causa dor e dificulta a saída do leite, além de machucar os mamilos pelo excesso de fricção.
O que fazer para superar a dor ao amamentar?
- Faça massagens antes de começar a amamentação. O estímulo pode ajudar na pega do bebê;
- Pratique a amamentação livre demanda. Quando o bebê é colocado nos seios aos primeiros sinais de fone, ele tende a sugar com menos força por estar com menos fome;
- Use sutiãs do tamanho adequado e de materiais confortáveis, como o algodão. Os modelos com alças largas e firmes ajudam na sustentação e mantém os dutos em posição anatômica, evitando a obstrução;
- Se sentir que a mama está cheia, massageie e faça a ordenha antes de oferecer ao bebê;
- Evite usar produtos com álcool e, no banho, lave os seios somente com água. Até mesmo o sabão pode retirar a proteção natural da região. Também é interessante deixar os mamilos secar naturalmente (ao ar livre ou à luz solar, se possível);
- Não use conchas ou absorventes nos seios em excesso. Quando usar, lembre-se de trocar com frequência para que a umidade não provoque a proliferação de fungos.
Se a mama já estiver machucada, provocando dor ao amamentar:
- Se o leite estiver empedrado, alterne as posições para amamentar de forma que reduza a pressão nos pontos doloridos ou áreas machucadas;
- Se os mamilos estiverem machucados, com escoriações e fissuras, enxágue bem após cada mamada, para evitar infecções;
- Se a lesão for muito grande e causar muita dor ao amamentar, é necessário interromper temporariamente a amamentação na mama afetada. No entanto, é de extrema importância continuar com a ordenha para estimular a produção de leite. Também procure um médico ou consultor de amamentação para ajudar no processo de recuperação.
A pega correta:
Vimos o que a pega incorreta pode ocasionar a mamãe e ao bebê, entretanto vamos aprender como é feita a pega correta:
- Grande parte da aréola na boca do bebê;
- Nariz não encosta no seios e respira livremente;
- Bochecha enche quando suga o leite;
- Lábios virados para fora;
- Queixo encostado no seio.
Amamentar pode doer e pode não doer, é bem relativo, mas para aquelas mamães que sentem dor o importante é não desistir de incentivar a pega correta. Agora vamos ao que realmente propus para este artigo: o DESMAME.
Quanto tempo dura o desmame?
Como o próprio nome já diz, desmame significa quando o bebê para de ser amamentado pelo leite materno da mãe, e passa a ser alimentado por outro tipo de leite muitas vezes conhecido como fórmulas.
A maioria das causas para desmame é a urgência da mamãe voltar à rotina de trabalho, então por vezes o desmame ocorre muito cedo, em alguns casos o bebê só tem três ou quatro meses de vida.
Normalmente, o desmame só é iniciado aos 2 anos de idade do bebê mas como falamos de casos específicos de ter que voltar ao serviço o desmame inicia-se logo, pois pode durar até 06 meses para o desmame completo.
A melhor forma de fazer o desmame é ir implementando novos alimentos e fórmulas na rotina do bebê. Até o final deste artigo vou te apresentar cinco dicas para um desmame sem traumas.
O que acontece com o corpo da mãe depois do desmame?
Com o desmame, ocorrem alterações na composição do leite e nas glândulas mamárias. Durante um período de três meses depois do desmame, o volume de leite diminui para aproximadamente 67%, 40% e 20% do nível de base. Durante este tempo, a concentração de proteínas, sódio e ferro aumenta em entre 100% e 200%, ao passo que a concentração de lactose diminui.
Como o leite já não é retirado com regularidade, as glândulas mamárias distendem e a produção de leite diminui gradualmente. As mamas tornam-se ingurgitadas com a compressão dos vasos sanguíneos, restringindo o fluxo de sangue e de oxitocina para as células mioepiteliais.
04 dicas para o desmame sem traumas
1. Diminuir a quantidade das mamadas
Este cuidado é importante porque, ao diminuir a quantidade de vezes que o bebê mama, a produção de leite materno também vai diminuindo no mesmo ritmo, e assim, a mãe não fica com os seios pesados e cheios de leite.
Para que isto seja feito de forma gradual, sem prejudicar a mãe nem o bebê, pode-se, a partir dos 7 meses do bebê, substituir um horário de uma mamada por uma refeição, uma vez por semana, por exemplo, e ir aumentando essa frequência gradativamente. Nesta fase é importante ficar atento a possíveis sinais de que o bebê pretende substituir a amamentação, como, por exemplo, demonstrar menos interesse pelo peito num determinado horário. O que se pode fazer nesse caso é dar preferência a esse horário para fazer a refeição de substituição da amamentação.
2. Diminuir a duração das mamadas
Uma outra boa técnica para realizar um desmame sem traumas é diminuir o tempo que o bebê mama em cada mamada. Por exemplo, se o bebê normalmente fica cerca de 20 minutos em cada mama, o que se pode fazer é deixá-lo mamar somente 15 minutos em cada peito e, em cada semana, ir diminuindo mais um pouco esse tempo.
No entanto, não se deve forçar o bebê a sair do peito, sendo importante que a mãe mantenha o mesmo tempo de antes para continuar a dar atenção ao bebê depois da mamada, brincando com ele, por exemplo. Assim o bebê passa a associar que o peito da mãe não é só para mamar, mas que também pode servir para um momento de brincadeira e afeto.
3. Pedir para outra pessoa dar as refeições ao bebê
É normal que, quando o bebê está com fome, associe a presença da mãe à vontade de mamar. Assim, quando a mãe tem dificuldade em dar as refeições ao bebê, em vez da mamada, pode ser uma boa opção pedir para outra pessoa, como o pai ou a avó, para fazer isso.
Se ainda assim o bebê continuar querendo mamar, a quantidade de leite que irá beber deve ser menor que o normal.
4. Não oferecer a mama
A partir de 1 ano de idade o bebê já pode comer praticamente de tudo e, por isso, se a criança tem fome pode comer outra coisa em vez de mamar. Uma boa estratégia para facilitar o desmame é que a mãe não ofereça o peito nem use blusas que facilitem o acesso do bebê ao peito, dando de mamar somente de manhã e à noite. Quando o bebê estiver perto dos 2 anos de idade, deve-se oferecer a mama nestes horários apenas se a criança pedir.
No entanto, é importante nunca recusar o peito se a criança tiver vontade de mamar, seguindo o método do “não oferecer e não recusar”.
Essas são dicas valiosas para um desmame sem traumas, lá no nosso Blog – Associação Guadalupe você acompanha uma série de informações e novidades do mundo da maternidade.