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Guia de parto: entenda mais sobre o parto normal

A reta final da gestação tem diversos dilemas e um deles é: parto normal ou cesárea? Essa é a questão!! Para você decidir melhor e descobrir os fatores que levam ao parto normal, neste artigo vou te apresentar tudo o que você precisa saber sobre esse assunto.

Muitas mamães no final da gestação começam a ficar muito ansiosas com o parto, se realmente vai ser como planejado, se vai correr tudo bem, como ficará depois do parto. E tudo isso é muito compreensível, é mesmo muita ansiedade e dúvidas. 

De fato, a reta final da gestação traz muita ansiedade, por isso é muito importante conhecer o caminho trilhado até a hora do parto para que todo o processo seja mais tranquilo. Então, vamos lá?

O pré- natal: 

No pré-natal também se discute sobre planos de parto, para dar uma ideia do que a mulher está buscando, o que ela deseja e o que ela considera limite, então, é o momento oportuno para se aprofundar uma discussão e aprender como superar algumas dificuldades”, acrescenta o ginecologista e obstetra.

O parto normal em si: 

Também conhecido como parto natural, esse processo ocorre quando o feto sai do canal vaginal da mãe, sem a necessidade de procedimento cirúrgico. Infelizmente, em alguns casos é necessário induzir o parto natural por cesárea, pois tanto a mãe quanto a criança correm risco de vida.

Benefícios do parto normal:

Como dito no início, muitas mulheres pensam em como vão ficar depois do parto, quer dizer, física e estética. Mas um dos benefícios do parto natural é:

  • Recuperação mais rápida;
  • Previne cicatrizes;
  • Menos infecções;
  • E menos risco de morte.

Nesse sentido de estética, o parto natural quase não deixa rastros, e por isso pode ser o queridinho de muitas mamães, hehehe.

Benefícios para o bebê:

Os benefícios para o feto são quase os mesmos para a mãe, pois:

  • Menor risco de infecção;
  • Mais fácil de respirar;
  • Maior vínculo entre mãe e filho.

Incrível, certo? O nascimento normal é ciência e mágica (apesar da dor), ver o rosto de seu filho não tem preço e vale qualquer dor e sofrimento.

Enfim, diante desses benefícios, se possível optar pelo parto natural, garanto que não se arrependerá.

07 dúvidas esclarecidas sobre parto normal:

  1. Quanto tempo pode durar o parto?

Pode durar algumas horas, de 12 a 18h, de acordo com Alberto Guimarães. “Quando essa demora acontece, temos que estimular a pessoa, lembrar que no trabalho de parto a gente tem contração, a contração é como uma onda, ela vem, incomoda e passa, não é algo que se estende durante as 12h. No trabalho de parto, se a mulher embarca nas sensações, ela entra na ‘partolândia’, que é quando ela fica em um estágio especial de consciência, fica ‘meio fora do ar’, e tira esse referencial de dor que muita gente imagina que vai ser uma dor insuportável, e entra em uma experiência mais focada para o nascimento”, diz.

2. É correto dizer que o parto normal dói muito?

Para Guimarães, a dor do trabalho de parto não pode ser entendida e traduzida como um sofrimento ou uma situação em que a pessoa “não vai dar conta”.

“A dor pode ser desafiadora, sim, mas eu tenho visto na nossa experiência do ‘Parto sem Medo’ que muitas mulheres não pedem analgesia apesar da anestesista estar à disposição. Isso mostra que a dor e o desconforto existem, mas que, se eles chegarem a um ponto em que sejam intoleráveis, tem a analgesia e, assim, não se precisa fugir do parto normal”, diz Guimarães.

“Essa questão de que dói muito é extremamente relativa, inclusive temos experiências em que não relatam essa dor toda, e tem gente que no começo já pediu ajuda, e nós temos que respeitar isso”, acrescenta o ginecologista e obstetra.

3. Para evitar dores, o parto normal pode ser feito com anestesia?

Sim. De acordo com Élvio Floresti, durante o trabalho de parto, o médico, após avaliar a dilatação e insinuação do polo cefálico, já pode indicar o uso da anestesia. “Sendo assim, a anestesia pode ser feita com uma peridural contínua, ainda na fase de dilatação do colo, fazendo com que as dores praticamente cessem, mas que as contrações uterinas continuem em atividade, conduzindo ao parto normal”, diz.

“A anestesia de um parto pode ser feita já com a dilatação completa, e nesses casos, é escolhido entre a peridural ou raquianestesia, dependendo da posição do bebê, dilatação, insinuação, etc. Muitas vezes, principalmente quando é feito por plantonistas, a anestesia é feita apenas local, no momento da retirada do bebê”, acrescenta Floresti.

4. Existem medidas que ajudam a mulher a sentir menos dor na hora do parto normal?

Para Floresti, em um pré-natal bem feito, será explicado como será o momento do parto, e a mulher já chegará mais tranquila e com conhecimento de como será o andamento de tudo.

“Podem ser feitos ainda o uso de massagens, banheiras quentes, bolas, contratação de doulas, enfim… várias coisas com o intuito de trazer mais tranquilidade para a mãe nesse momento tão desejado. E sem falar que a dor definitiva pode ser eliminada com anestesia, se necessário”, destaca Floresti.

5. É possível se preparar e estimular o parto normal durante a gravidez?

Sim e isso deve ser feito, de acordo com Floresti. “A mulher sempre deve ser estimulada para poder vir a ter um parto normal. No início do pré-natal, já vamos orientando quais exercícios estimulam a região da bacia, vagina, qual o movimento da respiração, etc.”, diz.

“Existem cursos de pré-natais ministrados pelos principais hospitais de São Paulo, por exemplo. Assim, o desejo da mulher de ter um parto normal e um bom acompanhamento são fórmulas bem simples, que geralmente culminam na ocorrência do parto normal”, destaca Floresti.

6. É verdade que o parto normal alarga o canal vaginal?

“Para a passagem do bebê, se distende a musculatura, e eu diria que pode alargar, sim, e o canal tem que alargar senão o neném não vai passar”, responde Guimarães.

“Entretanto, é importante saber que existem uma série de cuidados, exercícios e providências a tomar para que essa musculatura distenda e alargue para a passagem do bebê… Mas, depois que passar o bebê, e com os hormônios diminuindo, com essa nova consciência corporal, e com os exercícios que existem, essa mulher continue tendo uma vagina e uma vulva com musculatura, que poderá atuar e ser utilizada na questão sexual, sem prejuízo. Não existe isso de querer operar para não alargar o canal vaginal, até porque o peso do útero no assoalho pélvico já pode dar uma distendida no músculo, e assim a incontinência urinária também pode ocorrer em quem fez cesárea”, destaca Guimarães.

7. Grávida de gêmeos pode ter parto normal?

Pode, mas existem algumas situações: “a grávida gemelar tende a dar a luz antes das 40 semanas, então essa questão da prematuridade é algo a se considerar, além disso, a posição dos bebês também é importante para pensar na via de parto”, explica Guimarães.

“Geralmente, para se pensar no parto normal, o primeiro precisa estar de cabeça para baixo, o cefálico. A diferença do peso entre eles também é importante, é interessante observar se o primeiro tem o peso igual ou maior que o segundo, essa diferença não pode ser muito grande. Mesmo que o bebê esteja sentado e se pense em uma cesariana, dá para esperar que a mãe entre em trabalho de parto. Não é apenas porque é gemelar que se deve tentar ‘simplificar as coisas’”, destaca Guimarães.