Após décadas de antinatalismo, proibindo as famílias de terem os filhos que desejassem e até com esterilização e mortes forçados, autoridades chinesas falam agora em retirar todas as restrições e cogitam até criar estímulos para a população ter filhos, devido à baixa taxa de natalidade e o consequente envelhecimento da população.
O ímpeto pelo controle populacional é o desejo de ser como que um deus, implantar o mundo planificado, arbitrando sobre a vida privada. O constrolismo populacional é uma das mais fortes manifestações de desejos ditatoriais no nosso tempo. Este mal está presente não apenas na China, mas aqui no Brasil também.
A estratégia dos controlistas é multifacetada. Desde as décadas de 1960 e 1970, no Ocidente, a publicidade pró-planejamento familiar apela para vários discursos. Nos EUA, na década de 1970, por exemplo, foi veiculada uma propaganda de um “homem grávido” com a frase: “Você seria mais cuidadoso se fosse você que ficasse grávido?” A chamada tenta enganar que há uma genuína preocupação com as mulheres e com a solidez das famílias, ao chamar o homem para uma maior responsabilidade. Ledo engano! Como demonstrou artigo acadêmico publicado no periódico progressiva Gender & Society, em 2018, os movimentos pelo controle populacional, na Índia, utilizaram “o machismo” como forma de reduzir a natalidade. O artigo analisava como os controlistas tiveram um foco nos homens e não nas mulheres, em suas campanhas para convencer as pessoas da Índia a não ter filhos. Isso porque eles perceberam que na cultura indiana, o tomador de decisões, é de fato o homem. Ou seja, o objetivo é o controle populacional.
Segundo outro artigo publicado na Jornal Internacional de Serviços em Saúde, (Hartmann, 1997), tal movimento atua em âmbito internacional e possui suas origens em correntes sociais do século XIX e início do século XX, especialmente nos movimentos eugenistas, tendo foco prioritário nos chamados países pobres.
A saga pelo controle populacional mobiliza entidades em todo o mundo há décadas, como tem sido abundantemente registrado na história. Tal movimento de engenharia social vem construindo uma cultura antivida que busca transformar a nossa cultura e normalizar a esterilização das relações entre homens e mulheres, bem como o descarte de vidas humanas.
A liberdade, os direitos humanos e a dignidade da vida humana dependem da compreensão e da destruição dessas ideias artificialmente criadas por tais movimentos, para que assim possa ser extirpada toda influencia antinatalista da nossa mentalidade e da nossa cultura.
[1] Winnie Han. 24/04/2021. EpochTimes. PCC sinaliza que quer eliminar as restrições ao controle de natalidade em meio a uma crise demográfica iminente. Disponivel em <https://www.epochtimes.com.br/pcc-sinaliza-que-quer-eliminar-as-restricoes-ao-controle-de-natalidade-em-meio-a-uma-crise-demografica-iminente>. Acesso 26/04/2021.
[1] BAASUBRAMANIAN S. Motivating Men: social Science and the regulation of men’s reproduction in postwar India. SAGE Journals. 2018.
[1] HARTMANN, B. Population Control I: Birth of an Ideology. Int Journal Of Health Services. Vol. 27 N. 3 (1997). Pp. 523-540.
[1] GERRA, A. Do holocausto nazista à nova eugenia no século XXI.Cienc. Cult. vol.58 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2006.
Escrito por: Marlon Derosa Colunista do site Estudos Nacionais e professor em cursos sobre geopolítica e bioética. Master em Bioética (Jérôme Lejeune), autor dos livros “Mortes forçados”, “Mortes ocultas” e organizador/coautor do livro “Precisamos falar sobre a prvação da vida: mitos e verdades”. Administrador de formação, possui pós em gerência de projetos e é diretor executivo em dezenas projetos editorais.