Associação Guadalupe

Espiritualidade

Missa de inauguração da nova sede da associação Guadalupe presidida por Padre Djalma, assessor diocesano e por Dom Tiago - Bispo auxiliar da arquidiocese do RJ

     Missas: Terça a Sexta às 11h

Angelus: Segunda a Sexta às 12h

Terço da Misericórdia: Segunda a Sexta às 15h

Cenáculo: Toda Terça feira às 9h

Formação Espiritual: Sexta feira às 14h

Nossa Senhora de Guadalupe - Padroeira de toda a América

Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII

Num sábado, no ano de 1531, a Virgem Santíssima apareceu a um indígena que, de seu lugarejo, caminhava para a cidade do México a fim de participar da catequese e da Santa Missa enquanto estava na colina de Tepeyac, perto da capital. Este índio convertido chamava-se Juan Diego (canonizado pelo Papa João Paulo II em 2002).

Nossa Senhora disse então a Juan Diego que fosse até o bispo e lhe pedisse que naquele lugar fosse construído um santuário para a honra e glória de Deus.

O bispo local, usando de prudência, pediu um sinal da Virgem ao indígena que, somente na terceira aparição, foi concedido. Isso ocorreu quando Juan Diego buscava um sacerdote para o tio doente: “Escute, meu filho, não há nada que temer, não fique preocupado nem assustado; não tema esta doença, nem outro qualquer dissabor ou aflição. Não estou eu aqui, a seu lado? Eu sou a sua Mãe dadivosa.

Acaso não o escolhi para mim e o tomei aos meus cuidados? Que deseja mais do que isto? Não permita que nada o aflija e o perturbe. Quanto à doença do seu tio, ela não é mortal. Eu lhe peço, acredite agora mesmo, porque ele já está curado. Filho querido, essas rosas são o sinal que você vai levar ao Bispo. Diga-lhe em meu nome que, nessas rosas, ele verá minha vontade e a cumprirá. Você é meu embaixador e merece a minha confiança. Quando chegar diante dele, desdobre a sua “tilma” (manto) e mostre-lhe o que carrega, porém, só em sua presença. Diga-lhe tudo o que viu e ouviu, nada omita…”

O prelado viu não somente as rosas, mas o milagre da imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, pintada prodigiosamente no manto do humilde indígena. Ele levou o manto com a imagem da Santíssima Virgem para a capela, e ali, em meio às lágrimas, pediu perdão a Nossa Senhora. Era o dia 12 de dezembro de 1531. Uma linda confirmação deu-se quando Juan Diego fora visitar o seu tio, que sadio narrou: “Eu também a vi. Ela veio a esta casa e falou a mim. Disse-me também que desejava a construção de um templo na colina de Tepeyac e que sua imagem seria chamada de ‘Santa Maria de Guadalupe’, embora não tenha explicado o porquê”. Diante de tudo isso muitos se converteram e o santuário foi construído.

O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já existe há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção.

No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. E nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do referido bispo e do intérprete se refletiu e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva.

Declarou o Papa Bento XIV, em 1754: “Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros… uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja… Deus não agiu assim com nenhuma outra nação”. Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada “Padroeira de toda a América” pelo Papa Pio XII no dia 12 de outubro de 1945.

No dia 27 de janeiro de 1979, durante sua viagem apostólica ao México, o Papa João Paulo II visitou o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe e consagrou a Mãe Santíssima toda a América Latina, da qual a Virgem de Guadalupe é Padroeira.

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

JUAN DIEGO

Juan Diego era um índio Asteca, da região da atual cidade do México. Seu nome Asteca era Cuauhtlatoatzin, cujo significado é “águia que fala”. Juan Diego é seu nome cristão. Ele nasceu no ano 1474 no bairro da colina de de Tlayacac, que ficava ao norte da Cidade do México. Juan Diego pertencia à casta mais inferior no império Asteca. Contudo, não era escravo. Era um camponês que se dedicava, também, à manufatura de esteiras. Era casado, vivia bem com sua mulher, porém não tiveram filhos.

Encontro com a fé cristã

Juan Diego acolheu a fé cristã atraído pela postura e ensinamentos dos franciscanos que chegaram no México no ano 1524. Ele tinha, então, 50 anos quando foi batizado, juntamente como sua esposa. No batismo, receberam os nomes cristãos de João Diego e Maria Lúcia. Juan Diego era dedicado e piedoso, homem de oração e penitências. Caminhava vinte e dois quilômetros para ouvir a Palavra de Deus, indo de sua vila até à Cidade do México.

Morte da esposa

Maria Lúcia, esposa de Juan Diego, faleceu no ano 1529 por causa de uma doença. Então, ele decidiu ir morar com um tio seu. Assim, a distância de sua nova casa até à igreja diminuiu para quatorze quilômetros. Desde então, ele passou a fazer essa caminhada todos sábados e domingos, saindo sempre antes do amanhecer, para ouvir a Palavra de Deus. Juan Diego caminhava sempre descalço e, nas manhãs mais frias, usava uma veste de tecido grosso extraído das fibras de um cacto. Tal veste, parecida com um manto, chamava-se tilma ou, também, ayate. Era uma vestimenta dos pobres, da classe social de Juan Diego.

Primeiro encontro com  Nossa Senhora de Guadalupe

No dia 9 de dezembro de 1531, quando Juan Diego caminhava de madrugada para ir à igreja, cerca das três horas e trinta, estando ele entre sua vila e o monte Tepeyac, aconteceu a primeira aparição da  Virgem de Guadalupe. No local conhecido hoje como “Capela do Cerrinho”, Nossa Senhora apareceu e falou com Juan Diego na sua língua nativa dizendo: “Juan Dieguito”, “o mais humilde de meus filhos”, “meu filho caçula”.

O pedido da Virgem Maria

Nossa Senhora incumbiu Juan Diego de levar um pedido dela ao bispo franciscano Dom João de Zumárraga. O pedido era para que fosse construída uma igreja naquele mesmo lugar em que a Virgem aparecera a Juan Diego. O bispo, porém, não acreditou na palavra do pobre e humilde Juan Diego. Em outra aparição, Nossa Senhora pediu que Juan Diego insistisse. Obediente, no dia seguinte, um domingo, Juan Diego voltou e falou com o bispo. O bispo, por sua vez, exigiu que Juan trouxesse provas concretas da tal aparição.

Humildade e milagre

O pobre Juan Diego voltou desanimado e evitou passar pelo local onde tinha visto a Virgem Maria, temendo ser repreendido por ela. Na terça-feira seguinte, dia 12 de dezembro, ele teve que ir à cidade novamente buscar ajuda para seu tio que estava muito doente. E, mais uma vez, evitou passar pelo mesmo caminho, fugindo da Virgem Maria. Porém, Nossa Senhora lhe apareceu mesmo assim. Juan Diego, então, contou a ela as decepções com o bispo e disse que não queria mais fazer tal serviço. A Mãe, porém, o consolou dizendo: “Filhinho querido, não estou eu contigo? Eu, que sou tua mãe?” Ao ouvir essas palavras, Juan Diego sentiu seu coração se fortalecer novamente.

Um pedido de Maria e os milagres começam a acontecer

Nossa Senhora, pediu, então, que Juan Diego fosse colher flores no monte Tepeyac. Era inverno, não nascia flores nessa época. Apesar disso, Juan Diego obedeceu. Assim, no alto do monte, em pleno inverno, ele encontrou belas flores. Admirado, colheu, colocou-as no seu manto e foi até Nossa Senhora. A Mãe pediu para que Juan Diego levasse aquelas flores ao bispo Dom Zumarraga como prova da aparição.

O manto milagroso

Diante do bispo, o pobre Juan Diego abriu seu manto. Nesse momento, as flores caíram e, no tecido rústico do manto, apareceu a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Nesse mesmo instante, seu tio disse ter recebido a visita da Virgem Maria e ficou curado. São Juan Diego tinha, na ocasião, cinquenta e sete anos de idade.

De marginalizado a evangelizador

O bispo, maravilhado e arrependido, acreditou nas palavras do pobre Juan Diego e começou a tomar as providências para a construção da capela pedida por Nossa Senhora. Depois do milagre de Guadalupe, São Juan Diego passou a viver numa sala que ficava ao lado da capela onde se depositou por um tempo a sagrada imagem. Passou suas propriedades e negócios para seu tio e dedicou o resto de sua vida à propagação das aparições aos seus irmãos nativos, que passaram a se converter aos milhares. Demonstrou tão profundo amor à Eucaristia que o bispo lhe deu uma permissão especial para comungar o Corpo de Cristo três vezes na semana. Tal permissão era raríssima naquela época.

Imagem milagrosa

A imagem milagrosa de  Nossa Senhora de Guadalupe já perdura mais de 450 anos sem explicação plausível. A tilma onde a imagem está não dura mais do que 20 anos. Esta, no entanto, já dura séculos. Enfrentou incêndios e até explosões, sem sofrer um dano sequer. Estudos recentes atestam que não há nenhuma tinta impressa na tilma e não se sabe como a imagem se forma. Um oftalmologista examinou os olhos de Nossa Senhora, na imagem, ampliando centenas de vezes. Na ampliação ele descobriu que os olhos da Virgem mostram o momento exato em que Juan Diego abriu o manto e a imagem apareceu. A cena aparece nos olhos da Virgem como nos olhos de um ser humano. Já existem livros e mais livros e vários estudos científicos sobre os mistérios da imagem da  Virgem de Guadalupe. E a mãe de todos os Homens escolheu aquele que se julgava “as fezes do povo”, como ele mesmo repetiu várias vezes, para revelar ao mundo seu amor pela humanidade.

Morte

Juan Diego morreu de morte natural em 30 de maio de 1548. Tinha setenta e quatro anos. O papa João Paulo II celebrou sua canonização no ano 2002. Na ocasião instituiu sua a festa litúrgica para o dia 9 de dezembro. Este foi o dia da primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O Papa elogiou a fé simples de São Juan Diego e exaltou-o como modelo de humildade para todos.